Skip to main content

Outubro é um mês importante para o empreendedores no Brasil, pois é comemorado o Dia do Empreendedorismo, em 5 de outubro - data instituída no país desde 1999 para promover, debater e expandir a cultura empreendedora. Portanto, ao longo de todo o mês são criadas ações, atividades e debates que fortalecem o empreendedorismo e as oportunidades e desafios a quem deseja empreender. 

O Fretadão, startup de tecnologia para transporte corporativo, nasceu deste impulso do empreendedorismo de inovar, expandir e transformar o mercado de mobilidade corporativa, com soluções de gestão inteligente de transporte. A empresa que completará 10 anos em janeiro de 2025 transporta 50 mil passageiros todos os dias, em mais de 200 cidades e tem se posicionado como um parceiro estratégico para empresas nos setores de RH e sustentabilidade. 

DSC_0006Para refletir as perspectivas futuras da mobilidade corporativa e empreendedorismo no Brasil, assim como entender os benefícios que empresas podem agregar a longo prazo com o transporte corporativo, entrevistamos o nosso CEO, Antonio Carlos Gonçalves, que trouxe reflexões valiosas para quem deseja começar a empreender; os benefícios da mobilidade com tecnologia e as lições que aprendeu ao longo da sua trajetória como empresário. 

Confira os melhores momentos desta bate-papo enriquecedor e dicas para começar a aplicar na prática, seja para quem deseja começar a empreender, como quem deseja levar a mobilidade corporativa para a sua companhia: 

 

 

Os desafios da inovação e do empreendedorismo

Fretadão (F) - Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao começar a empreender no mercado de transporte?

Antonio Carlos Gonçalves (ACG) - Acredito que por ser um mercado fechado e que estava acostumado a fazer o que sempre fez durante anos, o principal desafio foi a desconfiança.

Não julgamos nossos parceiros e clientes por isso, afinal é realmente difícil confiar em alguém que chega de repente, dizendo que pode transformar a dor e acreditar que isso dará certo, então no começo do nosso negócio esse foi o principal ponto: fazer com que outras pessoas e empresas confiassem em nós.

F - É comum vermos notícias e pesquisas relacionadas à startups que não geram resultados e fecham ou crescem, mas não lucram, por fatores diversos. Quais são os principais conselhos e alertas que você daria para uma pessoa que está pensando em criar a sua própria startup?

ACG - 1. Entenda muito do setor onde está inserido, você precisa ser expert em algo nele, nem que isso leve tempo, não existe espaço para um trabalho medíocre em um mundo tão competitivo como hoje.

2. Escolha um mercado grande, mas comece pequeno e muito focado, talvez até nichado, pois, o foco é essencial nos primeiros anos da jornada.

3. Busque se cercar de pessoas realmente boas e complementares a você, por melhor que você seja, para criar um negócio exponencial, pois você não será capaz de executar tudo.

F - Quais foram as lições mais valiosas que você aprendeu na sua jornada no empreendedorismo no Brasil?

ACG - A primeira que eu sempre digo ao meu time é para aproveitar a jornada, porque empreender não é fácil. O trabalho, muitas vezes, é duro e vivemos sempre uma montanha russa de emoções, principalmente nos primeiros anos. Para vencer isso com saúde mental e resiliência,  é necessário aproveitar os dias e não só focar no resultado final.

"A outra lição que mantenho e revivo a cada dia é que, para se ter sucesso você precisa se cercar de pessoas boas, e na maioria das vezes melhores que você, ninguém faz nada sozinho, sem pessoas realmente valiosas na jornada, não é possível ter sucesso. - Antonio Carlos Gonçalves"

Soluções e tecnologia

F- Como a mobilidade corporativa pode contribuir para o crescimento de uma empresa?                                                                                                                      ACG - A mobilidade corporativa pode gerar um gargalo no crescimento das empresas se as mesmas não possuírem controle da sua operação, não fizerem roteirização constante das linhas ou não conseguirem realizar mudanças com agilidade na sua operação. 

Agora, se a gente partir de uma visão mais abrangente e aprofundada, a mobilidade hoje é um assunto cada vez mais discutido em pesquisas e entre a população. Na Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana 2024, os números apontam que o transporte público passou por um déficit de utilização, devido ao aumento de mais de 10% em serviços por aplicativos e 40% das pessoas enfatizaram a falta de segurança como um dos problemas do transporte público.

E onde as empresas se encaixam nisso? Elas vão precisar olhar para a mobilidade cada vez mais, de forma mais crítica e analítica e aprimorarem soluções, se quiserem reter talentos e não terem problemas de saúde mental entre os seus funcionários, fator que, por consequência, pode diminuir a produtividade e comprometer os ganhos da empresa. 

1transportexfretamento-4

F- Qual o papel do Fretadão neste cenário?
ACG - Neste cenário, o Fretadão conquista um espaço de solucionador de dores, oferecendo uma uma mobilidade corporativa inteligente. Outro fator interessante é o modelo de negócio da empresa, que possibilita ganhos a todos os envolvidos:   

A empresa ganha em tempo, organização e gestão de toda a operação, além de ter a possibilidade de reduzir custos a longo prazo; os transportadores conseguem expandir a sua frota e o seu negócio, e os colaboradores ganham em bem-estar na ida e volta ao trabalho. 

Fretadão: perspectivas e crescimento

FretadaoAntonio Gonçalves em palestra. Foto: divulgação

F-O Fretadão vai completar 10 anos em 2025 e em poucos anos se tornou uma grande referência no setor de mobilidade. Como você vê este processo de crescimento em um setor que ainda é fechado no Brasil e qual a perspectiva para os próximos anos?
ACG - Costumo dizer que quando nós chegamos,  o setor de mobilidade era um campo a ser explorado. Acredito que o fato de a tecnologia no setor, por mais que fosse existente há 10 anos,  ser tão negligenciada foi o que nos impulsionou até aqui.

Há 10 anos, li um relatório que informava que 50% da frota de ônibus no Brasil possuía rastreador e essa informação me marcou muito, porque nas diversas visitas que fiz vendendo nossa primeira versão de sistema eu sempre perguntava para os operadores como eles usavam as tecnologias que eles possuíam e muitos não conseguiam me responder, então era um universo de 50% que até tinha alguma tecnologia, mas não fazia uso.

"O salto no nosso setor, de fato, foi uma transformação comportamental que vem acontecendo em todo mundo, mudando as pessoas do analógico para o digital e o fato de sermos pioneiros neste “digital” com certeza nos colocou em posição privilegiada. - Antonio Carlos Gonçalves"

Fazendo uma previsão dos próximos anos, acredito que sairemos da Era Digital para uma Era da Inteligência Artificial e dos Dados, em que mais do que evoluir nos processos operacionais no transporte, vamos evoluir na experiência das pessoas com estas informações e mudanças que irão acontecer, através destas ferramentas.

F- Que tipos de empresas o Fretadão busca neste momento de expansão pelo Brasil?
ACG - O Fretadão tem contribuído com setores complexos como o logístico, industrial e o varejo. Atualmente, buscamos expandir junto às empresas que entendam, como nós, que a mobilidade corporativa é um pilar estratégico e que estão buscando soluções inovadoras para acelerar o seu crescimento.

Empreendedorismo e missão 

F- Você ajuda ou já ajudou outros empreendedores na criação e desenvolvimento de suas empresas? Existe alguma história interessante que possa compartilhar?
ACG - Sim. Atualmente, faço mentoria com alguns empreendedores e tento dividir um pouco o que passei para pessoas que estejam em um estágio anterior ao nosso, ou até mesmo em áreas que, por ventura, entendemos como fortaleza no nosso negócio, mas sinto que aprendo sempre mais do que consigo ensinar algo.

Um caso interessante é de uma startup que faço mentoria, com certa frequência, em outro setor: estávamos com os empreendedores falando sobre estrutura de atendimento, entrega de valor e foram dias bastante intensos discutindo como poderia ser entregue mais valor para o cliente, como ele percebia o valor do negócio, houve muito aprendizado, neste sentido.  

Durante essa mentoria, eles me contaram sobre o atendimento, vi que eles estavam em um estágio anterior ao nosso de maturidade e possuíam um atendimento com Inteligência Artificial muito superior e isso gera muito aprendizado.

F- Teria alguma indicação de livro ou nome do empreendedorismo que foi inspirador para a sua trajetória?
ACG - Acredito que o que mais mudou minha jornada foi o livro do Ben Horowitz “The Hard Things About Hard Things”, ou em português “O Lado Difícil das Situações Difíceis”. O livro é focado em contar situações complexas e quais foram as soluções para elas ou reflexões acerca de temas importantes, tudo isso sob a ótica de um CEO empreendedor, me identifiquei demais com a história, em diversas situações.



 

Imagem: Amazon